Recursos para ensinar filosofia
Questões sobre Hume
Faça login ou crie uma conta para exportar questões
De acordo com os princípios do empirismo de Hume, qual das seguintes opções seria a mais adequada para os estudantes considerarem ao debater a política de uniforme escolar?
-
Aceitar as afirmações sobre os benefícios do uniforme escolar somente se elas forem baseadas em experiências empíricas consistentes e fiáveis.Essa alternativa está mais próxima do empirismo de Hume, pois se concentra na necessidade de que afirmações sejam baseadas em experiências empíricas fiáveis. Hume certamente apelaria para dados e observações consistentes como uma base para aceitar qualquer afirmação como verdadeira.
-
Rejeitar as afirmações sobre as limitações do uniforme escolar sem considerar sua veracidade, pois são afirmações que vão contra o senso comum.Da mesma forma, rejeitar uma afirmação apenas porque ela contradiz o senso comum não está alinhado com o empirismo de Hume. Para Hume, o importante é verificar as evidências empíricas, e não simplesmente seguir o que o senso comum nos diz. Novamente, a chave está na análise das experiências sensoriais e dados concretos.
-
Considerar tanto as afirmações sobre os benefícios quanto as limitações do uniforme escolar, avaliando a veracidade dessas afirmações com base em experiências empíricas consistentes e fiáveis.Esta é a alternativa mais alinhada com o empirismo de Hume. Ele enfatizava que devemos avaliar a veracidade de uma ideia com base em experiências empíricas confiáveis. Analisar tanto os supostos benefícios quanto as limitações do uniforme escolar por meio de dados observacionais nos dá um panorama mais completo e fundamentado para tomar uma decisão.
-
Aceitar as afirmações sobre os benefícios do uniforme escolar sem questionar sua veracidade, pois são afirmações amplamente aceitas pela maioria das pessoas.Essa afirmação não está de acordo com o empirismo de Hume. Hume defendia que o conhecimento se baseia na experiência sensorial, ou seja, em evidências empíricas. Apenas aceitar afirmações porque elas são amplamente aceitas por outras pessoas não é suficiente, pois não envolve uma investigação empírica adequada.
-
Rejeitar as afirmações sobre as limitações do uniforme escolar somente se elas forem baseadas em experiências empíricas consistentes e fiáveis.Esta alternativa também tem elementos do empirismo, pois sugere que as afirmações devam ser rejeitadas caso faltem bases empíricas consistentes. Contudo, se considerarmos que Hume propõe uma análise equilibrada entre prós e contras com base em evidências, esta alternativa sozinho não atende totalmente ao que Hume sugeriria.
Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano?
-
O estudo das tradições filosóficas.Incorreta. Embora o estudo de tradições filosóficas possa enriquecer nosso entendimento, Hume não vê isso como a origem do conhecimento. Ele distingue entre "relações de ideias" (verdades necessárias conhecidas por raciocínio) e "questões de fato" (conhecimento do mundo empírico), sendo o último derivado da experiência direta do mundo, e não de tradições ou estudos filosóficos.
-
O desenvolvimento do raciocínio abstrato.Essa alternativa está incorreta. Segundo Hume, o conhecimento humano não se origina meramente do raciocínio abstrato. Embora o raciocínio seja uma capacidade importante da mente humana, Hume argumenta que ele não é suficiente para formar conhecimento sobre o mundo. Ele enfatiza a experiência como a principal fonte de conhecimento, não a abstração ou dedução a priori.
-
A revelação da inspiração divina.Incorreta. Hume, um empirista, não apoia a ideia de que o conhecimento verdadeiro vem da inspiração divina ou revelação. Ele argumenta que nosso conhecimento do mundo é baseado na experiência sensorial e na observação, não em insights divinos ou espirituais.
-
A potência inata da mente.Incorreta. Hume é conhecido por criticar a ideia de conhecimento inato — ou seja, conhecimentos e ideias que já estariam presentes na mente no nascimento. Para ele, o conhecimento vem principalmente da experiência sensorial. Ele acreditava que sem a experiência empírica, a mente não poderia formar ideias ou compreender causas e efeitos no mundo.
-
A vivência dos fenômenos do mundo.Esta é a alternativa correta. Na visão de Hume, a origem do conhecimento humano é a vivência dos fenômenos do mundo, ou seja, a experiência. Ele acredita que todas as ideias derivam das impressões, que são nossas experiências diretas e sensíveis. Esse é o cerne do seu empirismo, que coloca a experiência sensorial no centro da aquisição de conhecimento.
Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na
-
realidade trascendental.A ideia de realidade transcendental remete mais uma vez à filosofia de Kant, que fala de uma realidade que existe além de nossas percepções sensoriais. Hume, como empirista, argumenta que nosso conhecimento é derivado da experiência sensorial e que não podemos conhecer nada além do que os sentidos nos apresentam. Assim, falar de uma realidade transcendental não está de acordo com a deixa de Hume que apoia a percepção sensorial como a origem do conhecimento.
-
percepção dos sentidos.Esta alternativa está correta. Hume é um filósofo empirista que acredita que todas as ideias têm sua origem nas percepções dos sentidos. Ele faz uma distinção entre impressões, que são experiências sensoriais diretas, e ideias, que são cópias menos vívidas dessas impressões. Portanto, quando Hume fala sobre pensamentos ou ideias como cópias de uma sensação ou sentimento anterior, ele refere-se à percepção como a gênese do conhecimento.
-
convicção inata.A teoria de Hume não admite a existência de ideias inatas, ou seja, ideias com as quais nascemos. Pelo contrário, ele é um defensor do empirismo, que postula que todas as ideias vêm da experiência. Então dizer que o conhecimento surge de uma convicção inata não está alinhado com o pensamento de Hume. Ele refuta essa ideia ao argumentar que até mesmo as ideias mais complexas se baseiam em experiências sensíveis.
-
elaboração do intelecto.Hume defende que toda ideia ou pensamento complexo tem origem em ideias simples que, por sua vez, são cópias de sensações ou sentimentos anteriores. Portanto, a elaboração do intelecto não é a gênese do conhecimento, mas sim um processo subsequente. O conhecimento, para Hume, começa com as impressões que recebemos do mundo ao nosso redor, que são imediatas e vívidas, antes de passarem pelo intelecto.
-
dimensão apriorística.O termo 'dimensão apriorística' está mais associado com a filosofia de Kant, que argumenta sobre conhecimentos que são independentes da experiência. Hume, no entanto, argumenta a partir de uma perspectiva empirista, ou seja, que o conhecimento começa com a experiência sensorial. Portanto, esta alternativa não está correta pois não representa a visão de Hume, que não acreditava em conhecimentos que existam antes da experiência.
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume
-
defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.Essa alternativa está incorreta. Descartes desconfia dos sentidos, afirmando que eles podem enganar. Sua abordagem é mais racionalista, contando com a razão para alcançar verdades. Hume, por outro lado, enfatiza a importância das impressões sensoriais na formação das ideias, alinhando-se mais ao empirismo. Portanto, eles não defendem de maneira uniforme os sentidos como critério originário do conhecimento.
-
concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.Essa alternativa está incorreta. Apesar de Descartes e Hume reconhecerem dificuldades e limitações no conhecimento humano, ambos apresentam perspectivas afirmativas sobre como o conhecimento pode ser obtido, seja pela razão (Descartes) ou pelas impressões sensoriais (Hume). Eles não concluem que o conhecimento humano é impossível, mas sim que devemos ser cautelosos e críticos em sua obtenção.
-
são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.Essa alternativa está incorreta. O criticismo é um termo mais especificamente associado a Kant, que desenvolveu a ideia de que conhecemos o mundo através de categorias a priori do entendimento. Descartes e Hume têm suas próprias abordagens críticas, mas elas não se enquadram no criticismo kantiano. Descartes é um racionalista que desconfia dos sentidos, e Hume é um empirista que defende a importância dos dados sensoriais.
-
atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.Essa alternativa está correta. Descartes e Hume têm posturas distintas sobre o papel dos sentidos no conhecimento. Descartes é célebre por sua dúvida metódica, desconfiando dos sentidos e acreditando que a razão é o caminho para o conhecimento seguro. Hume, inversamente, enfatiza o papel das experiências e impressões sensoriais como origem das ideias, sendo um representante do empirismo. Assim, eles atribuem diferentes papéis aos sentidos no processo de conhecimento.
-
entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.Essa alternativa está incorreta. Descartes, no texto, expressa uma desconfiança em relação aos sentidos, afirmando que eles podem enganar. Isso é um alerta para sermos críticos com as ideias que temos. Hume também sugere uma metodologia crítica ao questionar de onde as ideias derivam. Ambos, portanto, falam sobre a importância de suspeitar e questionar a origem e significado das ideias, e não indicam que isso seja desnecessário.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que
-
as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria.Esta alternativa está incorreta. Na filosofia de Hume, as ideias não têm como fonte específica os sentimentos. Embora os sentimentos possam influenciar ideias, Hume distingue sentimentos de impressões sensoriais, que são a verdadeira fonte das ideias. As ideias originam-se de impressões sensoriais diretas, enquanto os sentimentos são mais uma resposta emocional ligada a essas impressões e ideias.
-
os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.Essa alternativa está incorreta. Hume não sugere que os sentimentos ordenam os pensamentos na memória. Para Hume, os sentimentos e as ideias são diferentes, e ele não atribui um papel organizador aos sentimentos em relação aos pensamentos. Existe uma distinção no modo como percebemos diferentes tipos de ideias, mas isso não se relaciona com uma organização feita por sentimentos.
-
os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação.Esta é a alternativa correta. Hume defende que todas as ideias são cópias enfraquecidas de impressões, que são recebidas pelos nossos sentidos. Ele fala sobre duas espécies de percepções da mente: impressões, que são percepções vívidas quando experimentamos algo, e ideias, que são reflexões dessas impressões. Assim, as ideias têm origem nas impressões, ou seja, na sensação.
-
as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.Essa alternativa está incorreta. Embora Hume fale sobre a origem das ideias a partir das experiências sensoriais, ele não afirma que as ideias fracas resultam de experiências determinadas pelo acaso. Hume destaca que todas as ideias, sejam fortes ou fracas, derivam de impressões sensoriais, mas ele não atribui a fraqueza das ideias ao acaso.
-
o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.Essa alternativa está incorreta. Hume não sugere que o espírito classifica ativamente os dados da percepção sensível. Ele acredita que as ideias vêm das impressões que recebemos, mas não menciona um processo de classificação dessas percepções como um papel primordial do espírito. Seu enfoque é mais sobre a origem das ideias nos sentidos do que sobre a operação da mente sobre essas ideias.
Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos
-
acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.Hume contesta a ideia de que podemos prever fenômenos de forma inquestionável por meio da razão. A razão pode nos ajudar a entender a relação de causa e efeito, mas não pode garantir a ocorrência futura de um evento. Como o texto diz, o espírito pode conceber a negação de um fato sem contradição, mostrando que a razão, por si só, não é suficiente para assegurar que os fenômenos acontecem inquestionavelmente.
-
exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.Esta alternativa está correta, pois reflete a visão de Hume. Ele distingue o conhecimento baseado em experiência, o qual é contingente e não pode ser demonstrado como as verdades matemáticas. Assim, previsões sobre eventos futuros são feitas com base no hábito e na indução, não por cálculos racionais abstratos, que se aplicam a verdades necessárias, como as da matemática.
-
devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.Para Hume, as questões de fato são baseadas na experiência e não podem ser demonstradas de forma a alcançar uma certeza absoluta. Ele argumenta que, mesmo que tenhamos evidências passadas para prever eventos futuros, como o nascer do sol, não há uma justificativa lógica, apenas uma expectativa baseada no hábito. Portanto, não se pode ter duas modalidades de provas que garantam conclusões idênticas para todos os fenômenos futuros, apenas uma expectativa baseada na experiência passada.
-
propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.Hume não vê os eventos como incontestáveis com base nos dados da experiência. Pelo contrário, ele sugere que nosso conhecimento de eventos futuros é sempre falível e baseado em expectativas formadas pelo hábito. Não há segurança absoluta sobre qualquer evento futuro, uma vez que sempre podemos conceber a possibilidade de algo diferente acontecer.
-
ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.Hume argumenta que, diferentemente das verdades matemáticas, que são necessárias e demonstráveis, os fatos do mundo não têm essa necessidade. Eles são contingentes e dependem da observação e da experiência. Por isso, ele diz que é tão possível conceber que o sol não nasça amanhã quanto o contrário — uma ideia impensável se considerarmos as proposições matemáticas.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
O problema descrito no texto tem como consequência a
-
correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.Incorreto. A correspondência entre afirmações singulares e universais refere-se ao problema de inferir regras gerais a partir de casos particulares. Isso está relacionado com o problema da indução que Hume discute. No entanto, não é especificamente a consequência imediata que ele descreve no texto. A principal consequência abordada é a dificuldade em bases sólidas para as leis científicas quando se baseiam na indução.
-
dificuldade de se fundamentar as leis científicas bases empíricas.Correto. David Hume está abordando o que ficou conhecido como o "problema da indução". Ele argumenta que não há justificativa lógica para extrapolar experiências passadas para prever eventos futuros. Ou seja, só porque algo sempre ocorreu de uma maneira no passado, não podemos ter certeza se seguirá ocorrendo da mesma forma no futuro. Essa questão é crítica nas bases das leis científicas que dependem de evidências empíricas e da proposição de que podemos extrapolar observações passadas para prever resultados futuros. Portanto, a dificuldade de fundamentar leis científicas em bases empíricas está diretamente ligada ao problema descrito por Hume.
-
universalidade do conjunto das proposições de observação.Incorreto. A universalidade do conjunto das proposições de observação implica que quaisquer proposições de observação podem ser feitas em qualquer contexto e tempo, mas isso não é o que Hume está questionando aqui. O foco de Hume é no raciocínio indutivo, sobre como justificamos a passagem de observações particulares para generalizações universais, e não a simples existência de um conjunto universal de observações.
-
inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.Incorreto. Hume não está sugerindo que é inviável considerar a experiência na construção da ciência, mas sim que há um problema lógico ao tentar estender conclusões a partir do que foi experenciado até então para deduções futuras. A experiência ainda é essencial na ciência, mas Hume nos alerta sobre as limitações da indução.
-
normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.Incorreto. Quando falamos sobre a 'normatividade' das teorias científicas, estamos discutindo como elas devem ser formuladas e verificadas, muitas vezes na forma de um método científico. Hume, em seu texto, está mais focado no problema de justificar a transição do particular para o universal através da indução, e não nas normas ou padrões que devemos seguir ao fazer ciência.
Conteúdo exclusivo para usuário
Esse conteúdo é exclusivo para usuários cadastrados. Crie uma conta ou faça login abaixo para ter acesso a ele.